Nesta exposição a apreciar no átrio da Biblioteca Municipal de Sesimbra até 3 de Agosto, António Proença mostra gentes oriundas de vários países situados em quatro continentes. Rostos onde se leem desejos comuns a qualquer mortal: amos, educação, trabalho, saúde, habitação, paz e liberdade. Infelizmente, a maioria não vê a maior parte destes anseios concretizados.
Os velhos e, sobretudo, as crianças alimentam esta exposição. “São elas as que mais sofrem com o presente e que menos garantias têm de futuro, são com elas que as sociedades e os senhores do poder menos se preocupam, são em alguns países a mão-de-obra barata e mais lucrativa, são as crianças que nunce o foram”, sublinha António Proença, que lembra também os velhos que “com muitos anos de trabalho mal pago”, alguns ainda se arrastam para ganharem “o parco pão que os mantém (semi)vivos”. Um trabalho que mostra, ainda, a impreparação do Ocidente para lidar com o “preocupante êxodo para a Europa de milhares de refugiados”, que fogem à guerra “provocada por extremistas em nome de uma religião” e deixando para trás “a casa, o emprego e a família”.
A. de C.