APOIAR A IMPRENSA REGIONAL…E NÃO SÓ

A imprensa regional precisa, urgentemente, de ser ajudada pelo futuro Governo dado o seu papel insubstituível (e relevante) na divulgação dos problemas e anseios das populações locais. Com a devida vénia, transcrevemos algumas doutas opiniões, respigadas de um excelente trabalho publicado o mês passado no suplemento ‘Dinheiro Vivo’ do ‘D.N’. e do ‘J.N.’. Maria Flor Pedroso, directora de informação da RTP, disse a este propósito: “Há que apoiar a imprensa regional escrita e falada, são órgãos de comunicação social de proximidade, que conhecem bem os problemas das pessoas, só que têm enormes dificuldades de sobrevivência. Promovem a coesão social, criam massa crítica e espírito de comunidade. A informação é um pilar da democracia, determinante para o escrutínio de todos os poderes. Uma imprensa regional, escrita e falada, forte, independente e isenta é fundamental.” Palavras que subscrevemos na íntegra e que, sinceramente, esperamos que não caiam em saco roto. O papel da imprensa regional é fulcral para a saúde da democracia em Portugal e em qualquer parte do Mundo. Assim o futuro Governo e quem o apoiar na Assembleia da República não façam ouvidos moucos. Outros jornalistas emitiram, também, a sua opinião sobre este assunto, que abrange, igualmente, a imprensa nacional. Domingos Andrade, director do ‘J.N.’, afirmou que é necessário “valorizar os jornais nas instituições públicas, em vez de serviços de ‘clipping'”. Nicolau Santos, presidente da agência Lusa, sugere que “no privado, apoiar os esforços da Comissão Europeia para que os gigantes agregadores de conteúdos sejam obrigados a entregar às empresas de media uma percentagem (15% a 25%) dos lucros”. Por sua vez, Octávio Ribeiro, director-geral do ‘C.M.’ e da ‘C.M.TV’, sublinha que “os media escritos precisam de um plano de emergência. É estranho que, no plano político, só o Presidente da República esteja sensibilizado para tal. Está em risco a pluralidade da informação e milhares de empregos. (…) Isenções fiscais para vendas e assinaturas (papel e digital) deve ser a primeira medida – apoiando os media não incorre em riscos de ingerência na liberdade e independência dos títulos”. Mafalda Anjos, directora da ‘Visão’, sugere “portes pagos nas assinaturas em papel e redução das despesas com comunicações financiadas por uma comparticipação das empresas de telecom (que sem conteúdos não têm negócio)”. António Reis, director da TSF, afirma que “o que gostava mesmo era que o Estado ajudasse a combater a iliteracia nos media. As pessoas compram cada vez mais o que realmente lhes faz falta. Se não perceberem que o jornalismo faz falta, como estarão disponíveis para ajudar? (…) Tudo o que é válido tem um preço”. Uma verdade irrefutável.

– Alves de Carvalho

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Director do jornal O Sesimbrense