SESIMBRA RECEBE MAESTRO VICTORINO DE ALMEIDA E NÁDIA SOUSA QUE TOCAM E CANTAM EM FRANCÊS

O Cineteatro Municipal João Mota, em Sesimbra, recebe no dia 23, às 21H30, o maestro António Victorino de Almeida e a cantora Nádia Sousa, que vão interpretar várias músicas francesas, sobretudo de Edith Piaf, Jacques Brel e Charles Aznavour. Nádia venceu em 2000 a ‘Chuva de Estrelas’ cantando um tema de Piaf; o maestro Victorino de Almeida era um dos elementos do júri e depressa ficou encantado com a voz da cantora, que não se limitava a imitar a pequena e genial Edith, antes dava às canções um cunho pessoal. Volvido um ano o maestro convidou a jovem cantora para actuações em conjunto, sempre com temas em francês. Pouco depois, Nádia Sousa começou a fazer a primeira parte de um espectáculo que Victorino de Almeida tinha com Carlos Mendes, no qual homenageavam a Broadway. Seguiu-se o espectáculo que os sesimbrenses podem apreciar de tributo à melhor música francesa e aos seus intérpretes mais cotados aquém e além-fronteiras. O duo funciona na perfeição e Nádia afirma que o maestro “ensinou-a a valorizar a música, a respeitá-la”. Entretanto, o guitarrista Nicholas Ratcliffe assistiu a um espectáculo desta dupla e também ficou deliciado com a voz e a presença em palco de Nádia Sousa e apresentou-lhe um projecto para espectáculos igualmente em duo, com algumas melodias da sua autoria. Nos entrementes, Nádia igualmente actuou com o acordeonista Paulo Jorge Ferreira cantando apenas temas de Edith Piaf e com êxito. A banda Spelling Nadja é “um projecto meu, gravámos dois discos” e ainda foi a primeira voz do grupo Pedro e os Lobos. António Victorino de Almeida acredita que Nádia será reconhecida internacionalmente dentro de pouco tempo. A cantora segue sempre os conselhos do maestro e, assim, alinhou no novo projecto de Ratcliffe para ser a vocalista de uma nova banda: Café D’Alma nasceu em 2013 e tem na sua origem as raízes da música portuguesa, uma mistura entre o folclore e o fado, passando pela música de cabaré, flamenco e música clássica, criando uma nova linguagem musical. A banda, que editou um disco em 2016 com o mesmo nome, é constituída ainda por Jaime Ferreira (baixo), Bárbara Santos (violoncelo) e Fábio Palma (acordeão) e está sediada em Lisboa. Nádia Sousa nasceu em Bruxelas, na Bélgica, em 1978 e nos últimos dezoito anos tem abraçado, com sucesso, alguns projectos dedicados a géneros musicais diversos.

O MAESTRO – António Victorino Goulartt de Medeiros e Almeida nasceu em Lisboa a 21 de Maio de 1940. É compositor, maestro, pianista, realizador, escritor e apresentador de televisão. Oriundo de uma família da alta burguesia, com raízes na aristocracia açoriana, desde cedo desenvolveu o seu gosto pela música e aos 5 anos compôs a sua primeira obra. Com 7 anos interpretou obras de Beethoven e Mozart. Mais tarde, estudou composição em Viena, na Academia de Música. Fixou-se na capital da Áustria, onde viveu durante duas décadas. Entre 1974 e 1981 foi adido cultural da Embaixada de Portugal em Viena. Em 1989 apresentou a sua candidatura a um lugar no Parlamento Europeu como cabeça de lista do MDP/CDE, mas não foi eleito. Casou a primeira vez com a jornalista Maria Armanda Esteves, filha de Odete de Saint-Maurice, escritora virada para a literatura juvenil e locutora de rádio, de quem teve duas filhas, as actrizes Maria de Medeiros e Inês de Medeiros. Esta estreou-se com 10 anos no filme que o pai realizou ‘A Culpa’ (1980). Aquela começou no teatro, em Paris, e depois dedicou-se ao cinema – o filme ‘Pulp Fiction’, de Quentin Tarantino, é o seu cartão de visita enquanto actriz internacional. Da segunda e actual mulher, Sylvine Harlé, tem uma filha, Ana Victorino de Almeida, que abraçou a música. A 9 de Junho de 2005 foi feito Grã-C ruz da Ordem do Infante D. Henrique. A sua actividade passa pelo cinema, teatro, televisão, rádio e escrita: ‘Coca-cola Killer’, ‘Tubarão 2000’, ‘Polisário’ (reportagem), ‘Música e Variações’, ‘Músicas da Minha Estante’, etc… É também autor de guiões já publicados da série ‘Duetos Im-previstos’ que apresentou na televisão com Bárbara Guimarães ou da adaptação para teatro musicado de ‘A Relíquia’, de Eça de Queiroz, que esteve quase dois anos em cena no teatro de ‘A Barraca’. A lista de obras (de música) anda à volta de uma centena e meia!

– Alves de Carvalho

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Director do jornal O Sesimbrense