A MÚSICA ESTÁ MAIS POBRE – JOSÉ MÁRIO BRANCO MORREU

O compositor e cantor de músicas de intervenção, e não só, José Mário Branco morreu hoje, dia 19 de Novembro de 2019, aos 77 anos de idade – nasceu na cidade do Porto, a 25 de Maio de 1942. Expoente da música de intervenção portuguesa, começou por ser activo na Igreja Católica, depois aderiu ao PCP e foi perseguido pela PIDE até se exilar em França, em 1963. É considerado, muito justamente, um dos mais importantes renovadores da música portuguesa, particularmente no período da Revolução de Abril de 1974, mas o seu trabalho já era reconhecido alguns anos antes, com algumas canções censuradas. Fundou o Grupo de Acção Cultural (GAC – Vozes na Luta), com o qual gravou dois discos. Integrou a companhia de teatro A Comuna, fundou o Teatro do Mundo, a União Portuguesa de Artistas e Variedades e colaborou na produção musical de trabalhos de outros artistas, em especial Camané, Amélia Muge, Samuel e Nathalie. Em 2018 cumpriu meio século de carreira artística, data assinalada com a edição de um duplo álbum com inéditos e raridades gravadas entre 1967 e 1999. Esta edição sucedeu à reedição, no ano anterior, de sete álbuns de originais e um ao vivo, de um período que vai de 1971 a 2004. Ser Solidário, Margem de Certa Maneira e FMI são as suas obras mais conhecidas. Em 2004 lançou o seu último trabalho – Resistir e Vencer, dedicado ao povo timorense. Outros discos de referência: Ronda do Soldadinho (single, 1969); Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades (LP, 1971); A Confederação (LP, 1978), com Sérgio Godinho e Fausto; Maio, Maduro Maio (2 CD, 1995), com Amélia Muge e João Afonso; Três Cantos ao Vivo (CD, 2009), com Sérgio Godinho e Fausto; A Cantiga é uma Arma (LP, 1976), com o GAC. Em 1992 e 1996 recebeu o Prémio José Afonso.

– Alves de Carvalho

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Director do jornal O Sesimbrense