TST: SITUAÇÃO AGRAVA-SE EM SESIMBRA

Também no concelho de Sesimbra os serviços prestados pelos TST se degradam mês após mês, com atrasos nas carreiras e o inverso aos fins-de-semana (em especial aos domingos e feriados) com os autocarros provenientes de Lisboa (207) a passarem antes do horário, por vezes dez minutos e até mais. Aqui há quinze anos, por exemplo, quando um autocarro vinha adiantado o condutor parava numa paragem (em Fernão Ferro, p.e.) o tempo necessário para que reentrasse no horário previsto. Nas paragens dos autocarros (na Cotovia, p.e.) não há horários actualizados e, por outro lado, tem de uma carreira que já foi suprimida há mais de um ano (204). No Verão, o terminal é uma barafunda à hora do regresso da praia (a partir das 18H00), com autocarros a transportarem tantos passageiros de pé como os que vão sentados, pondo em risco a integridade das pessoas. Cá fora, raramente se fazem filas: é o salve-se quem puder! E não há desdobramentos, há que esperar pelo próximo nem que seja meia-hora ou mais. Os horários estão mal feitos, p.e., nas horas de ponta, no sentido para Sesimbra, a partir de Fernão Ferro ou na Apostiça os autocarros das carreiras 203 e 207 juntam-se e assim continuam até chegarem ao terminal. As pessoas que têm o azar de perdê-los depois secam uma hora e mais à espera de próximo autocarro. O meu recorde, num sábado à tarde, em Julho foi uma espera de 1 hora e 53 minutos, digna de figurar no guiness. A desculpa de que não têm colaboradores suficientes e que alguns mudaram-se para as empresas públicas, resolve-se pagando melhor às pessoas. Os serviços dos TST só pioraram com a privatização em 1995. Desde há poucos meses que a empresa tem novos proprietários (estrangeiros), só que o serviço não melhorou, nalguns casos piorou. Como diz o povo, só mudaram as moscas… Num comunicado emitido pela empresa, lê-se que o volume da oferta é “claramente acima da oferta anterior ao PART (que introduziu os passes mais baratos)”. Ora, no que concerne ao concelho de Sesimbra tal afirmação é falsa pois piorou com a supressão da carreira 260, que ligava a vila a Lisboa (Praça de Espanha), via Centro-Sul, ou seja, era um misto 203/207 e havia quatro por dia em cada sentido. Mais, tinha paragem nos Foros de Amora e consequente acesso ao comboio Fertagus, que liga Setúbal ou Coina a Lisboa. Portanto, quando lê-se no dito comunicado que as alterações nas carreiras visam, no entender da empresa, privilegiar o “efeito rede”, com a utilização dos serviços do comboio, barco e metro de superfície “bem como um reforço das carreiras intermunicipais” é falso, pelo menos no caso acima referido. Se a empresa constata a sua “insustentabilidade económica e humana” só lhe resta dar o lugar a outra empresa que garanta aquilo que foi acordado em relação às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. No caso do concelho de Sesimbra, e em articulação com a edilidade, está previsto um aumento de 60% em horários (sobretudo nas carreiras já existentes) e em novas carreiras de modo a chamar mais utentes para os transportes colectivos, permitindo assim diminuir os prejuízos causados ao ambiente/clima por excesso de viaturas particulares a entrarem de manhã nas cidades de Lisboa e do Porto e, claro, a saírem ao final da tarde, poluindo a atmosfera e contribuindo, à escala mundial, para o fim do planeta Terra. Claro que a maioria dos administradores das empresas de transportes (e não só) apenas se preocupam com o lucro e o aumento da conta bancária, a saúde das populações é secundário.

– A. de C.

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Director do jornal O Sesimbrense