FEDERICO FELLINI: EXPOSIÇÃO BIBLIOGRÁFICA

De 3 a 31 de Março vai estar patente ao público uma exposição bibliográfica sobre o realizador italiano Federico Fellini, nascido a 20 de Janeiro de 1920 em Rimini e falecido a 31 de Outubro de 1993, em Roma, vítima de ataque cardíaco. Os apreciadores da obra de Fellini podem recordar os seus filmes na Sala de Leitura da Biblioteca Municipal de Sesimbra. Devido ao seu amor pelo circo fugiu de casa aos 12 anos para se juntar a uma trupe. Durante a II Guerra Mundial trabalhou com o tradutor e argumentista para programas radiofónicos. Em 1942 conheceu a actriz Gioulietta Masina com quem casou. A sua entrada no mundo do cinema fez-se através do seu amigo, o actor cómico Aldo Fabrizi, que o contratou para escrever os seus guiões. Em 1944 foi apresentado ao cineasta Roberto Rossellini, que o contratou para argumentista dos filmes ‘Roma, Cidade Aberta’ (1945) e ‘Libertação’ (1946). Fellini decide enveredar pela realização e estreia-se com ‘Luzes de Variedades’ (1950), que não deu nas vistas. O primeiro sucesso chegou em 1953, com ‘Os Inúteis’ – passado em Rimini e protagonizado por Alberto Sordi -, contemplado com o Leão de Ouro no Festival de Veneza. Segue-se ‘A Estrada’, com Anthony Quinn e Giulietta Masina, sobre um grupo de saltimbancos em busca de redenção num mundo que os rejeita. O filme recebeu o Óscar para o melhor filme estrangeiro, o primeiro dos quatro que Fellini recebeu. Os restantes foram ‘As Noites de Cabíria’ (1957), a história de uma prostituta que sonha ser rica; ‘Fellini Oito e Meio’ (1963) sobre a crise criativa de um realizador; e ‘Amarcord’ (1974), sobre a Itália dos anos 30. Pelo meio ficaram outros filmes notáveis: ‘A Doce Vida’ (1960), onde Marcello Mastroianni dá espectáculo na personagem de um jornalista desencantado com a sociedade romana; ‘Julieta dos Espíritos’ (1965), uma fantasia sobre uma mulher que pensa que o marido comete adultério; e ‘Satyricon’ (1969), um retrato da decadência do Império Romano. Em 1986, e depois de alguns fracassos de bilheteira – ‘Casanova’ (1976) e ‘A Cidade das Mulheres’ (1980) -, Federico Fellini presenteou-nos com ‘Ginger e Fred’, uma sátira aos meandros televisivos através dos olhos de dois velhos dançarinos: Mastroianni e Masina, simplesmente soberbos. O seu último filme foi ‘A Voz da Lua’ (1990). Dois anos volvidos recebeu o Óscar Honorário, o reconhecimento de uma carreira cinematográfica brilhante.

Alves de Carvalho

Anuncio Bottom

About the Author

Editor
Director do jornal O Sesimbrense