MANIFESTO EM DEFESA DE UM LUGAR PRIORITÁRIO PARA A CULTURA NA SOCIEDADE

Um grupo de artistas, escritores, músicos e outros agentes culturais lançou um manifesto em defesa de um lugar prioritário para a cultura na sociedade, que será entregue aos órgãos de soberania portugueses no dia 2 de Maio. Alice Vieira, António Vitorino de Almeida, Bela Silva, Carlos Seixas, Joana Bértholo, João Tordo, Maria do Céu Guerra, Maria Teresa Horta, Nuno Júdice e Rui Zink são alguns dos artistas (algumas dezenas) que subscrevem o manifesto ‘A cultura na resposta à crise’, iniciativa da escritora Ana Filomena Amaral.

“O objectivo fundamental é que, no cenário pós pandemia, a cultura não seja esquecida e que a tratem como prioritária em paralelo com as outras áreas da sociedade”, disse à Lusa a preponente do manifesto. Com esta iniciativa, pretende-se que “a cultura
ocupe o lugar que lhe cabe, como até hoje nunca teve, essencial no contexto de uma crise que vai obrigar a redefinir e a repensar a nossa forma de ser e de estar no futuro”, acrescentou a escritora. Os subscritores defendem a necessidade do país reagir, reconstruindo um mundo “mais justo e mais solidário, em que a Humanidade se reaproxime da Natureza” e em que “a cultura seja valorizada”. E vincam: “É nestas alturas, e depois na reversão da crise, que a cultura tem uma importância central na vida das sociedades.” No manifesto questiona-se como passam os portugueses o tempo durante o confinamento, para responder que são o cinema, a literatura, a música, o teatro, a dança, o circo, as artes plásticas e outras expressões culturais que “assumem um papel insubstituível no dia-a-dia das pessoas, mesmo que através da rádio, da televisão e da internet”.

No documento lê-se, também, que quando o corpo está “frágil” é o espírito que “precisa de estar forte para o sustentar e ajudar a não sucumbir”. Os artistas deixaram, ainda, algumas palavras que sublinham “o papel fundamental que deve caber às diferentes formas de arte e cultura na resposta à crise”. O pianista Adriano Jordão, por exemplo, afirma que “a cultura é a alma de toda a comunidade”, enquanto a escritora Alice Vieira recorda palavras de Winston Churchill quando lhe propuseram cortar na cultura: “Se cortássemos na cultura, então por que é que estaríamos a lutar?”. Para a pintora Gracinda Candeias “a cultura é também um bem de primeira necessidade”. – Alves de Carvalho

Anuncio Bottom

About the Author

Editor
Director do jornal O Sesimbrense