POPULAÇÃO PEDE AJUDA ALIMENTAR

Os representantes da Federação dos Bancos Alimentares e da Caritas Portuguesa foram recebidos ontem, em audiência no Palácio de Belém, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. À saída do encontro, Isabel Jonet, do Banco Alimentar, afirmou que a situação em Portugal “é muito preocupante”, não só nas pessoas que já viviam numa situação de carência, mas também naquelas famílias que “tinham uma vida totalmente equilibrada a nível de rendimentos”. E adiantou: “Há uma transversalidade nesta pandemia que atinge profissões muito distintas, pessoas para quem recorrer ao apoio de uma instituição social é algo estranho e, portanto, há aqui uma pobreza envergonhada que nasceu hoje e que não estava habituada a pedir ajuda.”

O Banco Alimentar já recebeu 14.962 pedidos de ajuda desde 25 de Março, o que corresponde a cerca de 59 mil pessoas às quais “acrescem as que já pediam ajuda”. As zonas mais afectadas são a Grande Lisboa, o Grande Porto, Setúbal, Braga e todo o Algarve “devido ao impacto na indústria do turismo”, acrescentou Isabel Jonet. Sobre a reação do chefe de Estado, disse que “o Presidente da República mostrou sensibilidade social”, já que “está atento a com o é que se pode ajudar nesta situação”. Eugénio Fonseca, da Caritas, disse que “há 48 mil novas pessoas a precisar de ajuda” e reconheceu que “as linhas de financiamento de 130 mil euros criadas pela instituição não vão chegar até Junho” porque “a procura é muita”. “Há que equacionar recursos para darmos o mínimo de dignidade às pessoas”, frisou. – A. de C.

Anuncio Bottom

About the Author

Editor
Director do jornal O Sesimbrense