Teve lugar hoje, 11 de Fevereiro, da parte da manhã, uma manifestação sindical à porta das instalações da Misericórdia de Sesimbra, de protesto contra o facto de trabalhadores daquela instituição terem de trabalhar “todos os dias“, estando “ao serviço da instituição 24h. durante 7 dias, só podendo ser substituídos caso o trabalhador que o irá render dê negativo no teste à covid-19“. A União dos Sindicatos de Setúbal, organizadora da manifestação, considera que este regime de horário, além de ser ilegal e “não permitir a recuperação física, psíquica e mental dos trabalhadores, é atentatório ao direito da liberdade individual dos cidadãos em causa“.
Também a Comissão Concelhia de Sesimbra do Partido Comunista emitiu um comunicado de crítica à Misericórdia, onde se afirma que para aquele partido “é inconcebível o atropelo constante aos direitos dos trabalhadores desta instituição. Exigimos uma resposta rápida por parte do Governo a esta situação bem como a reposição imediata dos direitos dos trabalhadores, a regularização dos horários e a melhoria das suas condições de trabalho“, acrescentando ainda que questionou o Governo através do seu Grupo Parlamentar.
A Misericórdia de Sesimbra respondeu a estas acusações num comunicado, considerando as declarações do PCP como “infundadas e acima de tudo infelizes“, afirmando que “cumpre e sempre cumpriu com a lei“, acrescentando que foram as próprias colaboradoras que “se voluntariaram para ficar 7 (sete) dias seguidos sem sair dos nossos lares em dois períodos intercalados“, tendo sido mesmo uma iniciativa das trabalhadoras, e que a direcção da Misericórdia se limitou a concordar e a agradecer de coração a disponibilidade.
A Misericórdia de Sesimbra adiantou que foi esta disponibilidade que “permitiu, até ao momento, preservar os seus dois Lares de qualquer contágio epidemiológico — não serão muitas as Instituições, infelizmente, que podem dizer o mesmo“, e considerou igualmente “disparatado o que escreveram sobre os testes que fazemos às nossas colaboradoras, diga-se que com o consentimento das próprias, antes de entrarem nas instalações dos lares: achariam decerto melhor que o fizessem sem qualquer testagem e eventualmente portadoras do vírus covid-19 !?”
No mesmo comunicado a Misericórdia informa que “hoje mesmo” (11 de Fevereiro) “foi administrada a segunda dosagem da vacina a mais de 60 idosos e a cerca de 70 colaboradores” daquela Instituição.
[crédito da imagem: União dos Sindicatos de Setúbal]