Constança Quinteiro

Constança Quinteiro, 31 anos (nasceu em Janeiro de 1991), lançou ‘Aventurina’ (o seu primeiro trabalho em estúdio, um ‘EP’ com cinco canções originais) no concerto que deu no pretérito dia 12 de Fevereiro no Cineteatro Muncipal João Mota. Natural de Sesimbra, apesar de ter nascido no Hospital de Cascais, a cantautora exprime neste trabalho o que viveu até se reencontrar como artista e como pessoa.

Há quatro anos Constança disse a si própria que era a altura de mudar drasticamente de vida e dedicar-se àquilo que realmente é a sua grande paixão: a música. Interrompeu a licenciatura em ciências de Comunicação e o mestrado em ‘marketing’, despediu-se do projecto ‘Medvsa’ (projecto indie pop/rock, com um ‘EP’ editado e finalista do EDP Live Bands 2018) e mudou-se para Londres nesse ano. Na capital inglesa estudou na ‘Music Performance’, deixou-se influenciar por Dino D’Santiago e Mayra Andrade e construiu um novo projecto alicerçado em vários géneros musicais: pop, soul, RnB, axé, samba e bossa nova, de que resultou o primeiro single – ‘Miúda’, a história da sua vida, editado em Fevereiro de 2021. O caminho estava traçado: seguiu-se ‘Corpo a Corpo’ que fala sobre o amor, as suas incertezas. O terceiro single foi ‘Dança’, que homenageia a sua pedra da sorte – a aventurina, que é sinónimo de esperança no amanhã. E a cantora ganhou força, encontrou o amor, fez-se à estrada e viveu numa caravana. A música expressou o seu pensamento: pés na Terra e coração na Lua. A covid-19 não a assustou: engravidou e a criança (uma menina) já nasceu.

O destino estava traçado, as suas canções eram tocadas na rádio, o seu rosto foi visto e a sua música escutada em programas de televisão. A cantautora sesimbrense retornou agora à sala de espectáculos onde actuou pela primeira vez e hoje, mais do que nunca, os sonhos comandam a vida apesar da pandemia. Constança canta(va) com doçura e alguma crueza: encontrar o amor à hora errada e a inevitabilidade do destino.

Até onde pensa chegar na música?
Não tenho um patamar mais elevado, ou um grande objectivo final. Claro que tenho os meus sonhos… Gostava um dia dar um concerto em nome próprio no Coliseu dos Recreios, fazer carreira internacional, ganhar um ‘Grammy’, etc.

O que recorda do projecto Medvsa?
Foi o meu primeiro projecto e terá sempre um lugar especial no meu coração. Além de me ter divertido imenso, aprendi muito com os Medvsa.

Agora que é mãe isso pode influenciar os temas das suas canções e o tempo que vai dedicar à música?
Sem dúvida! A minha filha já serviu de inspiração a algumas composições mais recentes e, além disso, motiva-me a trabalhar com mais afinco. O tempo disponível para a música já não é o mesmo, mas é tudo uma questão de o saber gerir e tirar o máximo partido das oportunidades que tenho para criar, ensaiar, etc..

Acha que a música é bem tratada em Portugal a nível de órgãos da comunicação social?
Sim, não tenho razão de queixa. Acho que a quota de música portuguesa nas rádios deveria ser muito maior, mas isso é uma questão que afecta todos os artistas nacionais.

Quais os cantores e grupos que a influenciaram, tanto portugueses como estrangeiros?
Em relação aos portugueses foram Dino D’Santiago, Capicua, Richie Campbell, MARO, Plutónio e Rui Veloso. Quanto aos estrangeiros temos Mayra Andrade, Lauryn Hill, Stevie Wonder, Mahalia, C. Tangana, John Mayer e Gilsons.

Alves de Carvalho

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Director do jornal O Sesimbrense