Externato Santa Joana: “Empenho e envolvimento de todos”

30O Externato Santa Joana conta com um longo historial ligado à educação. O edifício foi cedido em testamento, nos anos vinte do século passado, por José Joaquim da Luz Rumina e Maria Amália Brás Rumina. O seu percurso centenário chega até aos nossos dias com uma dinâmica e empenho que vem da direção anterior e que volta a dar cartas na constância da instituição de referência no concelho de Sesimbra. O jornal “O Sesimbrense” conversou com a direção do Santa Joana e obteve as seguintes respostas.

João Silva

A 15 de janeiro de 2015 tomou posse uma nova direção constituída apenas por elementos do sexo feminino, mantêm-se ou ocorreram alterações na composição dos órgãos sociais?

Esta Direção já se encontra no segundo mandato e houve a substituição apenas de um elemento.

Quais são as grandes linhas de atuação para os próximos anos?

Conseguir manter a sua atividade e melhorar os diferentes espaços.

As dificuldades mencionadas na edição do jornal “O Sesimbrense” de 1 de fevereiro de 2015, entretanto, foram superadas pela instituição?

Algumas situações sim, pagamento de dívidas a fornecedores e remunerações que se encontravam em falta às trabalhadoras. Encontrando-se algumas situações ainda a ser regularizadas em acordo prestacional, ao Instituto da Segurança Social e pagamento mensal de empréstimo bancário, no âmbito das obras realizadas.

Atualmente quais são as principais dificuldades e/ou problemas com que se deparam?

Neste momento a situação está controlada, mas com grande contenção. A maior necessidade é o melhoramento e a manutenção das infraestruturas, tanto do edifício como dos seus espaços exteriores. Existem ainda reparações necessárias no edifício novo e intervenção na cobertura e paredes do edifício mais antigo e remodelação do salão polivalente. O pagamento dos salários às trabalhadoras são uma prioridade para que seja cumprido em cada mês, bem como os dois subsídios.

Quais são as valências / serviços que prestam à comunidade?

Esta instituição dispõe de 10 salas para crianças a partir dos 4 meses de idade até aos 5/6 anos, ano que antecede a entrada no 1º ciclo do ensino básico. Ou seja, tem acordo de cooperação com o Instituto da Segurança Social, para as respostas sociais de Creche e Pré-Escolar. Na Creche dos 4 meses até aos 3 anos de idade tem uma capacidade para acolher 84 crianças, 73 vagas comparticipadas pelo ISS e 11 vagas particulares (sem comparticipação do ISS), no Jardim de Infância (Pré-escolar) tem uma capacidade para 100 crianças, sendo estas vagas comparticipadas pelas duas tutelas Segurança Social e Ministério da Educação.

De quantos colaboradores dispõem?

Neste momento estão ao serviço 40 trabalhadoras.

Chegaram a criar a associação de pais do Externato Santa Joana?

Os pais envolvidos acabaram por não avançar com a sua criação. O Externato Santa Joana já é uma associação com o regime jurídico de IPSS, constituída por associados que poderão ser pais, trabalhadores, ou outros cidadãos. Da Direção normalmente fazem parte pais que são sócios e logo aí podem participar na vida da instituição e colaborar na tomada de decisões.

Recuando ao período de confinamento, quais foram os sentimentos dominantes na instituição?

Podemos dizer que, como para toda a sociedade, causou insegurança, sem sabermos o que ia acontecer no dia seguinte. Mesmo tendo havido a suspensão das atividades, enquanto IPSS sempre nos mostrámos disponíveis para colaborar com outras instituições e entidades, como exemplo disso tivemos o serviço de refeições que prestámos à Santa Casa da Misericórdia de Sesimbra, a disponibilidade que demonstramos para com a Proteção Civil no caso dos espaços da instituição serem necessários para isolar pessoas de outras instituições, o que não chegou a acontecer. Também fomos escola de referência nas freguesias do Castelo e Santiago para os pais trabalhadores nos Serviços Essências.

O Santa Joana como se organizou e geriu esta pandemia?

Foi uma aprendizagem constante com orientações a normas a saírem diariamente, ninguém estava preparado, mesmo a nível global. Gerir os recursos humanos, dando-lhe formação e informação. Adequação do funcionamento de acordo com a realidade interna: espaços físicos, recursos humanos e materiais, as crianças e as suas famílias.

Houve necessidade de reduzir alguns postos de trabalho na fase mais crítica da covid-19? Durante o confinamento que tipo de apoios institucionais usufruíram?

As medidas que tomamos não passaram pela redução dos postos de trabalho, mas nos momentos de suspensão das atividades impostas pelo governo, recorremos a apoio do estado para esta situação extraordinária, o lay-off simplificado.

Na próxima época balnear irão disponibilizar férias de verão e/ou atividades de lazer aos vossos utentes?

O mês de Agosto é o mês de férias para as crianças que frequentam durante o ano letivo. As atividades que surgiram neste mês (duas a três semanas) foi uma forma de captar receita para que esta direção pudesse fazer face às dificuldades encontradas aquando da tomada de posse, e ao mesmo tempo disponibilizar um serviço extra para as famílias que não tinham onde deixar os seus filhos, desde 2015. Este ano a atividade “uma aventura em agosto” não se realizará pela necessidade de realizar algumas obras necessárias.

Quais são as perspetivas futuras para esta instituição educativa que faz parte da história de Sesimbra?

As perspetivas serão manter as suas atividades principais, para as quais existe acordo de cooperação com o Instituto da Segurança Social.
Continuar a haver empenho e envolvimento de todos e uma Direção com vontade de trabalhar e de dar muito do seu tempo, para que se evitem outros momentos difíceis.

João Silva

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Director do jornal O Sesimbrense