A ARTE DO ENTRETENIMENTO

 

CARLOS TABANKA, ANGOLANO DE NASCIMENTO

HÁ 24 ANOS A RESIDIR EM ODIVELAS

Carlos Tabanka, 27 anos, é um artista do entretenimento – uma espécie da Sammy Davis Jr. deste século e em versão luso/angolana -, que nasceu em Mbanza Congo, em Angola, onde permanece a maior parte da família. Há 24 anos trouxeram-no para Portugal, concretamente para Odivelas, cidade onde reside e onde abriu, em Novembro último, uma escola de entretenimento, chamada Colinas do Cruzeiro, já a pensar no futuro porque isto de dançar e cantar em ritmo frenético estoira com o físico. Conversámos com ele no final da sua actuação no Cem Diferenças Sem Diferença sobre a África de hoje e de ontem, seus usos e costumes.

– Até quando pensa aguentar este ritmo de trabalho?

– Aos 35 anos arrumo os sapatos. É uma profissão que desgasta e de curta duração, como sucede com os jogadores de futebol, por exemplo. Não ganho muito dinheiro, mas hoje vivo sem preocupações monetárias.

– Quando decidiu ser um ‘entreteiner’?

-Quando passei por dificuldades financeiras e cheguei à conclusão que era a única coisa que tinha possibilidade de fazer com algum êxito. Decidi aventurar-me na arte de entreter os outros. Estreei o programa Dança com as Estrelas, na televisão. Em 2016 actuei com Funky Monkiz e cheguei à final.

– Como ocupa o seu dia-a-dia?

– Além de actuar com frequência em programas e eventos, faço uma gestão diária do tempo, procurando utilizá-lo o melhor possível, de modo a torná-lo rentável financeiramente. O que ganho dá-me para viver, mas não paro, estou sempre em movimento.

– O Carlos Tabanka já é um nome conhecido dentro e fora de portas…

– Sem dúvida. Fora de portas já actuei em Budapeste, Huelva, Sevilha, Madrid e Valência e participei em festivais em França, Holanda e Bélgica.

– Quando começou este trabalho de entreter os outros?

– Comecei em 2009, mas só três anos volvidos levei a sério a minha profissão ao entrar para uma escola de dança em Odivelas. Neste momento, já atingi o patamar entre o intérprete e o professor de dança. Há que acautelar o futuro atempadamente. Quando comecei foi para me desenrascar, precisava de algum dinheiro para sobreviver.

– Os tempos mudaram…

– É verdade, hoje tenho a agenda preenchida, sou convidado para actuar em vários locais dentro e fora de Portugal. Sinto que atravesso uma fase de transição, entre o intérprete e o professor, mas mais próximo deste último. Por isso, dou aulas a jovens e a adultos de diferentes danças. No meu facebook escrevo que a maioria daqueles que me seguem hoje são estrangeiros.

– Acha que as pessoas hoje já veem a dança com outros olhos.

– Sem dúvida, hoje as pessoas são menos intolerantes. Agora, já há mais gente a dançar e é mais fácil exercer a profissão do que há uns anos atrás.

– Como preenche os seus dias?

– Passo muito tempo na internet a fazer buscas, gosto de ouvir música e de fazer voluntariado. Gosto que me desafiem a executar uma obra da minha inteira responsabilidade. Sou eu o responsável pelo produto final que apresento, é assim que gosto de trabalhar, seja num palco ou pesquizando no computador. A vida é feita de desafios.

 Alves de Carvalho.

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Director do jornal O Sesimbrense