CARNAVAL – RUTH LAGOS NA COORDENAÇÃO DO ESPECTÁCULO: “HÁ 23 ANOS QUE FAÇO ESTE TRABALHO”

Ruth Lagos é a responsável pela animação de rua e consequente espectáculos, como aconteceu agora com o Carnaval. “Há 23 anos que faço isto”, disse-nos na manhã de domingo, na Praça da Califórnia, local de partida dos desfiles das Escolas de Samba e Grupos de Axé. “Ontem (sábado) estive na Quinta do Conde, das 9H00 até às 2H00. Estava muita gente”, recorda.

– E hoje (domingo) vai estar aqui quantas horas?

– Comecei às 8H00 e termino o meu trabalho entre as 19H00 e as 20H00. Mas, gosto daquilo que faço.

– Parece-me que este ano há mais segurança para quem desfila.

– Sem dúvida. O percurso está todo fechado e não há objectos de plástico no desfile. Na Fanzone oferecem óculos. Conversámos com os responsáveis dos cafés, bares e restaurantes que existem ao longo do percurso de modo a que as esplanadas ocupem um pouco menos de espaço e as pessoas possam circular com mais facilidade. As saídas estão todas sinalizadas e há seguranças ao longo de todo o percurso, que termina perto do Hotel do Mar.

Na terça-feira de Carnaval, a TVI transmitiu o programa ‘Somos Portugal’ a partir da Praia do Ouro, próximo do Hotel do Mar, entre as 14H00 e as 20H00. A apresentação esteve a cargo de Alice Alves (como pivô), Isabel Silva e Mónica Jardim. O presidente da CM Sesimbra, na entrevista que deu à TVI, disse que o turismo (hotéis, restauração, comércio) e o que está ligado à economia do mar são as principais fontes de receita geradas na vila. Francisco Jesus recordou que o Carnaval de Sesimbra é um dos melhores (ou mesmo o melhor) do País e o mais parecido com o brasileiro. No lado nascente da vila, a vice-presidente, Felícia Costa, e o marido assistiram ao início dos desfiles, com os mesmos temas de domingo. A vereadora da cultura conversou com Mónica Jardim, falou do desfile dos palhaços, recordou que é natural de Lisboa mas já reside no concelho há muitos anos. Pena que o som, proveniente das escolas de samba, tornasse pouco perceptível as palavras ditas na pequena entrevista. Já na recta final do corso, a chuva miudinha fez a sua aparição. Mais uma vez o Carnaval de Sesimbra marcou pontos. E muitos foram os artistas que subiram ao palco para cantar: Ruth Marlene, Fernando Correia Marques, Micaela, Chave d’Ouro, Rita Santos, Nikita, Lucy Teixeira, Karyna, José Santos e Dani, a maioria acompanhados por bailarinas e/ou bailarinos a alguns músicos. Relativamente às escolas de samba, a Unidos de Vila Zimbra dedicou o tema do desfile à mulher: há que respeitá-la; e denunciar casos de violência doméstica. O tema do Batuque do Conde eram as Descobertas em geral e o Brasil (de 1500) em particular. O Bota do Rego surpreendeu com cartazes contestatários. Exemplos: ‘Queremos um Sambódromo’; ‘Antes era luxo agora é lixo’; ‘Premeia-se a quantidade, e a qualidade?’; ‘Sesimbra a única terra sem Associação de Carnaval’; ‘Carnaval de Sesimbra o mais antigo de Portugal e o mais retrógrado’. A Escola de Samba Bigodes de Rato escolheu ‘As Mil e Uma Noites’ como tema. Milhares de pessoas invadiram Sesimbra, inclusive na segunda-feira quando desfilaram ‘Os Palhaços’. Na quarta-feira (dia 26), no Largo 5 de Outubro, com início às 21H30, procedeu-se ao ‘Enterro do Bacalhau’, com o apoio da Escola de Samba Unidos da Vila Zimbra e de muitos figurantes, entre os quais a viúva, a amante e os amigos (com e sem aspas) do falecido. A última paragem do cortejo fúnebre foi o Largo José António Pereira, aqui ao lado das instalações da Liga dos Amigos de Sesimbra e do mensário ‘O Sesimbrense’. E até 2021!

– A. de C.

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Director do jornal O Sesimbrense