Carnaval em Sesimbra: regresso das multidões

Ainda não foi este ano que regressaram os desfiles de Carnaval às ruas de Sesimbra: a situação pandémica impediu a preparação dos desfiles, que implicam vários meses de trabalho de centenas de voluntários, levando as Escolas de Samba, Grupos de Axé e Câmara Municipal a optarem, em conjunto, pelo seu cancelamento.
Em alternativa, o Carnaval foi assinalado com espetáculos organizados pelas escolas de Samba e Grupos de Axé no Parque Augusto Pólvora (na Maçã) e no Parque da Vila (na Quinta do Conde), para além de um palco móvel percorrendo várias ruas das freguesias de Santiago e Castelo e do tradicional concurso infantil de fantasias.
As televisões também deram cobertura ao carnaval sesimbrense, como foi o caso da participação do Trepa do Coqueiro num dos programas matinais da SIC.


Já no período nocturno, a marginal de Sesimbra ficou repleta de gente, com os estabelecimentos daquela zona a proporcionar bebidas – e música! Esta concentração de gente, no entanto, deixou um rasto de poluição, sobretudo devido à carência de instalações sanitárias públicas públicas.

ANA FILIPA ALVES

 

A sesimbrense Ana Filipa Alves foi oficialmente considerada Musa dos Unidos da Tijuca, uma das escolas de samba mais famosa do Rio de Janeiro. Ana recorda os nove anos na ala das passistas. “Eu era aquela que ia a todas, na saúde e na tristeza, nas vitórias e derrotas, nas boas e nas furadas… Eu estava lá! Hoje eu sinto que todos os esforços, as sandálias quebradas, os dedos arrebentados, noites mal dormidas e dores no corpo não foram em vão“, recorda aquela que foi considerada ‘a cara da Tijuca e tinha de virar musa’. E prossegue: “Ser passista não é fácil, a gente rala e muitas vezes não é valorizada (…) Mas, eu nunca deixarei de ser passista.” As memórias desfilam: “E pensar que eu era só uma menina de Sesimbra, filha de sambistas portugueses, apaixonada e cheia de sonhos. (…) Como não podia deixar de ser , vou dedicar esta vitória ao meu querido pai que tanto queria ter visto este momento, e à minha mãe que tanto sofre com a minha ausência em casa. Obrigada a todos os amigos, conhecidos e familiares que sempre acreditaram em mim e me deram forças para não desacreditar da possibilidade desse dia chegar. Deus sabe de todas as coisas. Obrigada meu presidente Fernando Horta pela oportunidade e reconhecimento. Obrigada a todos pelo carinho… Ana Portuguesa, Musa da Unidos da Tijuca.” A. de C.

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Director do jornal O Sesimbrense