São onze Comités na Europa, que abrangem as disciplinas de hóquei em patins, patinagem artística, patinagem de velocidade, skate boarding, inline freestyle, roller frestyle, hóquei em linha, downhill, inline alpine, scooter e roller derby. Nestas onze disciplinas ligadas à patinagem estão mais responsáveis portugueses: Orlando Panza chairman do hóquei em patins; José Raimundo membro da Comissão Europeia de patinagem artística; Marco Cardoso, membro da Comissão Europeia de patinagem de velocidade; Paula Ferreira membro do inline freestyle; e Ricardo Araújo, secretário-geral da WSE. Está prevista a entrada de mais dois portugueses para membros da skate boarding e da roller derby. “Está tudo bem encaminhado”, esclarece Luís Sénica. E vamos às perguntas:
Já encontrou algumas soluções inteligentes para melhorar as diversas disciplinas e os seus diferentes níveis?
– Já encontrei soluções diferentes: diálogo, organização e planeamento. Criámos linhas orientadoras e elaborámos projectos que já foram apresentados às Comissões Europeias das diversas disciplinas. Organização e comunicação são primordiais. Há uma identidade única, um objectivo comum independentemente da disciplina e das pessoas que integram as Comissões.
Como classifica as relações que tem com o italiano Sabatino Aracu, que já vai no quinto mandato como presidente da World Skate mundial?
– O relacionamento é positivo. O objectivo é executar um trabalho que englobe todas as disciplinas, embora o skate seja hoje a mais mediática. Aracu cumpre o quinto ciclo olímpico, de quatro anos, que vai até aos Jogos de Verão de Paris 2024.
O próximo Mundial de hóquei em patins realiza-se na cidade argentina de San Juan, onde Portugal nunca foi campeão. Será desta vez?
– Espero que sim. Portugal entra em rinque como campeão do Mundo (final ganha à Argentina nos penáltis: 2-1). O público de San Juan aprecia muito a qualidade técnica dos jogadores portugueses, que considera excelente.
O hóquei em patins vai entrar na família olímpica ou continua a ser apenas um sonho?
– Temos de manter o sonho, mas também entender a realidade. O olimpismo privilegia hoje desportos urbanos individuais e não as modalidades colectivas. Obviamente há que trabalhar com profissionalismo para ajudar o hóquei em patins, mas será difícil perante a actual conjuntura olímpica.
Entre 24 de Outubro e 13 de Novembro decorrem na Argentina os Mundiais das restantes disciplinas da patinagem. Acredita que este World Skate Games será um êxito? Esperam cinco mil atletas, de 82 países.
– É a demonstração da força das onze disciplinas de patinagem, embora esta ou aquela tenha mais aceitação neste ou naquele continente, no país xis ou zê. Defendemos que os campeonatos devem realizar-se de quatro em quatro anos para torná-los mais competitivos. Nenhuma outra modalidade se compara à patinagem, perante a expansão das onze disciplinas.
‘The World Games’ efectuam-se de 7 a 17 de Julho próximos em Birmingham (EUA). Será um sinal de que este país olha para a patinagem de outra maneira, a do gelo à parte?
– Os Jogos são uma organização do COI, que contemplam modalidades que não são olímpicas. Perdemos o hóquei em patins para o hóquei em linha. Vamos ter patinagem artística e patinagem de velocidade,
O hóquei em patins está em crescimento a nível mundial em ambos os sexos ou nem por isso?
– Há indicações de evolução do hóquei em patins, mais vincadas no sector masculino. No tocante ao feminino, há que dar mais oportunidades, investir no seu crescimento. Hoje já temos 17 clubes em Portugal a competir no sector feminino.
João Novo Araújo, presidente da Associação Europeia de Clubes (EHCA) considerou a sua candidatura “uma lufada de ar fresco”. Já se sente essa brisa ou ainda passou pouco tempo desde que foi eleito?
– Foi uma observação simpática, que agradeço. Preferenciamos um diálogo franco e sério em prol da patinagem, já se sente alguma brisa vinda do mar.
O seminário, que decorreu em Sesimbra, foi organizado por que entidades?
– Pela FPP, pelo WSE e WS mundial e foi só sobre patinagem artística. Durante três dias cerca de cem pessoas estiveram activas. Juízes desta disciplina foram sujeitos a exames para progredirem bem como treinadores para melhorarem o seu trabalho. Os prelectores foram o italiano Nicola Ganchi, ‘chairman’ mundial da patinagem e a alemã Gabriela Otten, ‘chairman’ da Comissão Europeia, que trabalha comigo.
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A entrevista, efectuada no bar do Hotel do Mar, foi acompanhada por Catarina Maria, responsável de Comunicação da FPP e ‘Communication Manager’ da WSE, que tirou várias fotos. Das onze disciplinas, sete praticam-se em Portugal: hóquei em patins, patinagem artística, patinagem em velocidade, skate boarding, inline freestyle, roller freestyle e hóquei em linha. A oitava será a downhill. A nível olímpico, a scooter está com um pé dentro, beneficiando do facto de utilizar o mesmo piso do skate boarding.
Alves de Carvalho