Decorreu em Sesimbra, durante os dias 23 e 24 de Setembro, Encontro Internacional de Paleontologia, iniciativa que comemora os 25 anos da classificação dos Monumentos Naturais da Pedreira do Avelino, no Zambujal, e dos Lagosteiros e da Pedra da Mua, no Cabo Espichel, e os cinquenta anos desde o início da investigação das jazidas de pegadas de dinossauro.
O encontro contou com a presença de duas notáveis figuras do panorama científico português: os professores Galopim de Carvalho e Miguel Teles Antunes.
Galopim de Carvalho focou a sua intervenção na importância do registo geológico existente junto à estrada nacional 378, na zona da Apostiça, que prova que o rio Tejo desaguou, o qual no passado, a sul daquele local, ou seja, no território hoje abrangido pelo concelho de Sesimbra: tema do artigo que aquele geólogo publicou na edição de Junho do nosso jornal.
Durante a sua intervenção, Galopim de Carvalho reafirmou a sua mágoa por não ter recebido qualquer resposta do presidente da Câmara de Sesimbra, a quem já antes tinha referido a importância deste achado e a necessidade da sua preservação.
Entre os diversos temas que foram objecto de comunicações contaram-se “O Ambiente na Constituição de 1976” (Carla Amado Gomes), “Os Geoparques e a Ligação do Património Natural à Educação e Cultura” (Nuno Pimentel) e “O Registo Fóssil de Dinossáurios Terópodes” (Elizabete Malafaia).
Como seria de esperar, os “dinossáurios de Sesimbra” foram objecto de comunicações específicas, nomeadamente: “Saurópodes de Portugal, os Gigantes que Caminharam em Sesimbra durante o Jurássico Superior-Cretácico Inferior” (Pedro Mocho), “Iberospinus Natarioi, o Novo Spinossaurídeo do Cretácico Inferior do Cabo Espichel” (Octávio Mateus e Darío Estravis López), “Vertebrados Fósseis do Barremiano do Cabo Espichel: 23 Anos de Investigação Paleontológica nas Formações do Areia do Mastro e do Papo-Seco, entre a Boca do Chapim e a Praia do Guincho (Silvério Figueiredo” e “As pegadas de Dinossaurios de Sesimbra no Contexto dos Estratos do Jurássico Superior de Europa (Diego Castanera).
No painel de encerramento houve comunicações sobre “O Cabo Espichel como mote no Turismo” (Carlos Sargedas), “A Coleção Paleontológica da Câmara Municipal de Sesimbra” (João Batista e André Sanches) e “Geocircuito de Sesimbra” (Paulo Sá Caetano)