Filomena e Clara: dupla ganha ouro e bronze

A dupla Filomena Sá Pinto (FSP) e Carla Siopa (CS), do Clube Naval de Sesimbra, participou no 3º Campeonato da Europa de fotografia subaquática e 2º Europeu de vídeo subaquático que decorreram na Madeira e arrecadou neste último uma medalha de ouro na categoria ‘peixe’ e uma de bronze na categoria ‘ambiente (grande angular) com mergulhador’. Foram dois dias de competição, atletas de 13 países, milhares de imagens subaquáticas captadas e três medalhas para Portugal – Gui Costa e Paulo Correia ficaram em 3º lugar na categoria ‘filme curto editado’. O campeonato disputou-se em quatro locais de mergulho da costa da Madeira: Corveta Afonso Cerqueira, Garajau, Baixa das Moreias e Baixa da Cruz, localizados entre o Cabo Girão e Machico, na ilha. Filomena Sá Pinto já foi campeã nacional de fotografia subaquática em 2012 e regressou às competições este ano, depois de oito anos sem competir. Mas, ficou ligada à Federação na Comissão de Audovisuais. Em 2021 foi capitã da equipa portuguesa no Campeonato do Mundo realizado em Porto Santo. Em 2022 foi campeã nacional em Sesimbra, mais a Carla Siopa. Filomena é natural de Angola, nasceu em Cubal, província de Benguela, há 63 anos. Carla nasceu no Hospital Egas Moniz, freguesia de Alcântara, há 53 anos.

Desde quando praticam actividades subaquáticas?
FSP – Comecei a mergulhar em 1996 , não sabia nadar. Dá uma sensação de liberdade absoluta. Comecei como modelo de um fotógrafo, o Carlos Ramos. Foi o meu sogro que me deu as primeiras lições. A minha sogra foi a primeira mulher a tirar um curso de mergulhadora em Angola. O meu marido ofereceu-me a primeira câmara. O mergulho e a fotografia são as minhas paixões. Fui vice-campeã na Madeira e em 2012 fui campeã nacional em Santa Maria, Açores e medalha de prata no 1º Campeonato da Europa realizado na Ilha Graciosa na modalidade ‘ambiente sem mergulhador’. Em 2021 fui capitã da selecção de Portugal no Mundial efectuado em Porto Santo e este ano campeã nacional em Sesimbra, mais a Carla.
CS – Iniciei-me na competição em 2010. Tirei um curso de mergulho. Aprendi com a Filomena a fazer de modelo na Pedra do Leão, em Sesimbra. Quando chega a segunda-feira já estou a marcar um treino para sábado. O domingo é para as tarefas domésticas. Esta modalidade descontrai e proporciona um convívio saudável com os amigos.

A Filomena regressou à actividade após alguns anos de paragem. Porquê?
O Pedro Vasconcelos, que é director-nacional e seleccionador, pesou na decisão de eu voltar à competição e com o intuito de ganhar. Considero-o como um filho, ele é muito dedicado à modalidade. Foi ele que organizou o Europeu e agora o Mundial.

A Carla diz que você ainda tem muito que dar à modalidade.
FSP – Além de ser modelo é a minha assistente, a tarefa que ocupa mais tempo. Temos de mergulhar em grupo, dependemos uma da outra. Nesta competição não é permitido trabalhar sozinho. Enquanto tiver forças, continuarei por cá.

Há mais mulheres ou homens nas actividades subaquáticas?
FSP e CS – Há mais homens na fotografia, mulheres serão umas trinta, fotógrafos e modelos. A modalidade é cara. Uma máquina custa 3 mil euros e a caixa quatro mil. Cada flash custa mais de mil euros e é difícil arranjar patrocinadores. Comprar um equipamento custa 12 mil euros. Mas, é uma modalidade apaixonante, ver aquilo que o mar nos oferece lá em baixo. Agora, na Madeira, representámos Portugal e quando recebemos a medalha de ouro o hino nacional tocou.
O gabinete de imprensa da presidência da República contactou-vos para serem recebidas pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa?
FSP e CS – Não, ninguém da Presidência da República falou connosco.

A ideia de criar um lar para os praticantes da modalidade é para ir em frente?
FSP e CS – Sem dúvida. Queremos envelhecer juntos. A nossa capitã da selecção nacional de vídeo e fotografia, a Manuela Passos, está com o ‘dossier’ lar. Ela também mergulha. O lar seria em Sesimbra.

Uma espécie de lar dos artistas…
FSP e CS – Um lar para aqueles que mergulham. Há peixes que já nos são familiares. Vem muita gente, oriunda de vários países, a Sesimbra para mergulhar.

Há um bom relacionamento com a CM Sesimbra?
FSP – Há. Inclusive a vice-presidente, a Felícia Costa, prometeu-me que a autarquia editaria um livro sobre a minha pessoa e a minha carreira.

Alves de Carvalho

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Director do jornal O Sesimbrense