Mónica Gaboleiro dá cartas no BMX

A sesimbrense Mónica Encantado Gaboleiro, nascida a 16 de Junho de 1994, casada e professora do ensino secundário desde este ano lectivo (lecciona no Barreiro), pratica BMX race há cinco anos. Trata-se de uma modalidade que existe desde o início da década de 1990 e está ligada à Federação Portuguesa de Ciclismo.

Miguel Gaboleiro, o seu irmão, praticou motocrosse durante 18 anos. “Comecei a andar de bicicleta sem rodinhas aos 3 anos. Também gosto muito de motos, mais do que de carros. Aos 16 anos tirei a carta de motos. Entretanto, o Miguel saiu do motocrosse e começou com a BMX em 2016. O meu irmão desafiou-me eu aceitei. Corro individualmente”, esclarece a campeã nacional desta modalidade e que ainda há pouco tempo juntou este título ao da Taça de Portugal, com vitórias nas duas últimas etapas corridas em Coimbra. “Fiz a dobradinha em +25 anos”, sorri. Quanto ao desporto, gosta dele em geral e é adepta do Benfica.

Estes foram os primeiros títulos que ganhou na BMX?
Não, antes ganhei alguns campeonatos regionais e fiquei em 2º e 3º lugares nos campeonatos nacionais. A época não começou bem, mas acabou muito bem.

Já correu por algum clube?
Sim, já corri pelo BMX Águias de Setúbal. O novo treinador adoeceu com gravidade, acabou por morrer e eu saí. Andava lá por causa dele.

A BMX é um passatempo…
Sim, é um hobbie, não ganho dinheiro, só invisto na modalidade.

A BMX é pouco ou nada divulgada nos órgãos da comunicação social.
Infelizmente. Nem nos canais de televisão nem nos jornais desportivos. E já movimenta cerca de 200 atletas, mais do género masculino. Existem oito clubes, no início eram quatro.

Você fez a dobradinha na BMX corrida, mas há outra variante.
Sim, a pumtrack, divulgada especialmente no Algarve. Há alguns miúdos que são promessas a nível internacional. A pumtrack é diferente da corrida, mas o grau de dificuldade é idêntico.

Também pratica a pumtrack.
Sim, fiquei no 2º lugar no campeonato nacional efectuado no parque das Nações, em Lisboa. Fiquei apurada para o Mundial, que realiza-se em Santiago do Chile a 20 de Novembro. Para lá ir só com apoios de patrocinadores. Este campeonato tem atletas de todos os continentes, de ambos os sexos, a partir dos 17 anos. Gostaria de participar até porque é organizada pela Red Bull e pela UCI, esta desde 2021.

A FPC não custeia as despesas?
Apenas à campeã nacional e a um rapaz de 17/18 anos.

E o que espera na corrida?
Em 2023 espero participar no Mundial de Race, que é em Glasgow, na Escócia, em Agosto.

Um lugar no pódio é um objectivo?
Pelo menos espero conseguir o apuramento para a final. Os oito que chegam à final recebem uma placa com o símbolo W, de world.

Onde é que treina?
Em Lisboa ou em Setúbal. Andamos a batalhar para que se construa uma pumtrack no Parque Augusto Pólvora, que também poderá ser utlizada para bicicletas, patins, skater, trotinetes. A JF Castelo está sensibilizada, na pessoa da sua presidente, Maria Manuel. Falta a verba, que terá de ser libertada pela Câmara. O custo ronda os 50 mil euros. No Parque das Nações há sempre atletas em acção na pumtrack.

Alves de Carvalho

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Director do jornal O Sesimbrense