Profissionais da educação

Decorreu no passado dia 14 de Janeiro de 2023, uma das maiores manifestações de profissionais da Educação. O Agrupamento de Escolas de Sampaio, marcou presença com diversos elementos da comunidade educativa. Foi um momento empolgante e emotivo, na luta que todos os profissionais da educação iniciaram ainda em Dezembro. As queixas passam por assuntos como a criação do Conselho Municipal de Diretores, a não contagem integral do tempo de serviço, a avaliação por Quotas, e o respetivo estrangulamento de acesso aos 5º e 7º escalões, excesso de trabalho burocrático, o aumento da indisciplina/violência escolar, o ensino baseado num facilitismo, onde o aluno vai transitando, mesmo sem desenvolver as aprendizagens necessárias, até ser avaliado, apenas final de ciclo, aposentações com penalizações, para além da brutal perda do poder de compra, são temas que de uma forma geral nos unem.
Foi um momento onde se ouviram cantares e se viram cartazes, contra as atuais políticas educativas, que se têm vindo a degradar ao longo dos últimos anos, acabando com a triste realidade, de termos imensos alunos sem a totalidade de professores, pois a profissão deixou de ser atrativa para os mais jovens. Frases como “os professores a lutar também estão a ensinar”, “Quem não Luta pelo que quer, aceita o que vier”, “Respeito pela Educação”, “Pobre é o país que não respeita os seus professores” ou “Quem tem asas, não pode rastejar”, estavam presentes por toda a parte. Pais e encarregados de educação estiveram também presentes com palavras e cartazes, destacando-se a de um jovem aluno, dizendo “Estou a ter uma aula de cidadania” ou uma criança com um cartaz dizendo “Quero ter professores no futuro”. Emotiva foi igualmente a participação de um senhor de 95 anos, que, segurando uma bandeira de Portugal, fez questão de estar presente e desfilar na frente de todos os professores. Ao ser entrevistado se era professor, respondeu muito simplesmente: “– Não… Fui aluno!”
Há quem diga que o número total de participantes foi de 100 mil, outros falam em 60 mil, outros, até, em 20 mil. Na realidade foram muitos os profissionais da educação que encheram a Avenida da Liberdade, demonstrando todo o seu descontentamento, e foram muitas as pessoas que aplaudiam e exibiam cartazes em solidariedade com estes profissionais que demonstraram uma grande união e civismo.

Prof. Rui Castro

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Director do jornal O Sesimbrense