No passado dia 12 de Agosto teve lugar a cerimónia comemorativa dos 115 anos dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra. Do programa fez parte o baptismo de quatro novas viaturas de transporte de doentes e de socorro, e também a imposição de insígnias aos bombeiros e bombeiras promovidos a categorias superiores.
Após a abertura da sessão solene, pelo presidente da Assembleia Geral, Manuel Adelino Bernardino, teve lugar a imposição de insígnias e a entrega de diplomas, iniciando-se depois o período dos discursos.
Luís Saraiva
O Comandante dos Bombeiros, Luís Saraiva, destacou os três eventos que tinham acabado de ter lugar – baptismo de viaturas, formação e progressão nas carreiras e as condecorações de reconhecimento público – que considerou “de grande importância para a Associação, para o Corpo de Bombeiros e para a população em geral”.
Quanto ao baptismo das viaturas, destacou ser o início da “renovação da frota de transporte de doentes não urgentes, que se encontra em fim de ciclo em com muitos anos e km percorridos – estas 3 viaturas de transporte de doentes não urgentes vêm aumentar o conforto, a qualidade e a comodidade dos serviços prestados”. Houve ainda uma quarta viatura baptizada, destinada ao ao socorro de doentes urgentes.
Sobre a formação, progressão na carreira e aperfeiçoamento técnico, destacou que estavam abrangidos um total de 15 bombeiros, “que ganharam novas competências e conhecimentos para o desempenho das funções que lhes serão incumbidas”. Adiantou que além destes, ainda há mais 13 recrutas, em estágio e aguardando prestação de provas de conhecimentos.
Entre os cursos realizados pelos bombeiros de Sesimbra no decorrer do último ano, referiu: a formação de quadro-comando, técnicas de salvamento e desencarceramento, controlo de acidentes com matérias perigosas, tripulante de ambulância de transporte, incêndios urbanos nível 2 e tripulante de ambulância de socorro: “Juntando as horas destas formações às 3.600 horas de formação para progressão na carreira, realizámos neste último ano, um total de 6.355 horas”.
Referindo-se ao acto das condecorações, disse tratar-se do reconhecimento público do esforço desenvolvido por estes bombeiros.
Numa nota crítica, referiu que “Tem de haver respeito e consideração pelos bombeiros, É indigno que os mais ilustres representantes do Estado se desloquem a Monchique na sequência dos recentes incêndios e que a principal força no terreno seja a única não representada na formatura de recepção aos srs. presidente da República e 1º Ministro”.
Os Bombeiros, referiu, nunca reclamam, mesmo discordando: “podem dormir no mato, no alcatrão quente, nas bermas da estrada, que mesmo assim continuam a desempenhar as suas funções”.
Terminou com um agradecimento especial e pessoal por todo o carinho e apoio nos primieiros seis meses do corrente ano, em que estive em baixa por motivos de saúde.
Fidelino Pereira
Na sua intervenção, Fidelino Pereira, presidente da Direcção, depois de citar um trecho do livro com a história dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, referiu que “já naquela altura foi elaborado um peditório e um evento para se conseguir arranjar dinheiro para se comprar algum equipamento necessário. Nós hoje continuamos na mesma”.
Referiu que não tem sido fácil conseguir apoios: “Tem havido um afastamento da população e das empresas, principalmente das ligadas à restauração, pois são os que maior implantação têm nas nossas freguesias, Santiago e Castelo; não quero ser injusto, mas acredito que com um pouco de boa vontade poderíamos ser mais apoiados por esses empresários, pois nas noites quentes sesimbrenses, são esses os que mais beneficiam e que mais problemas – embora indirectamente – causam aos Bombeiros”.
Referiu que a Associação adquiriu, “com responsabilidade e grande esforço financeiro”, um financiamento que ronda os cem mil euros, para aquisição de viaturas e reparações.
Revelou ser “Incompreensível” a posição do INEM em relação às duas viaturas com quem existe protocolo,e que têm estado avariadas
Agradeceu depois a todas as pessoas e entidades que sempre “disseram sim”, quando foram chamadas, dentro das suas limitações, a apoiar os Bombeiros, caso da Câmara Municipal, “Que mantém um protocolo connosco há alguns anos, sempre cumprindo pontualmente;.“
Agradeceu ainda ao “Comando, às Chefias, Bombeiros, Estagiários, Voluntários, e todos os que de uma maneira ou de outra contribuiram.”
Referindo-se ainda à baixa médica do comandante Luis Saraiva, agradeceu ao 2º comandante Rafael e toda a sua equipa que no decorrer desses meses desenvolveram “um trabalho interressante, digno e valioso”.
Francisco Jesus
Francisco de Jesus, presidente da Câmara Municipal, começoui por destacar a intervenção dos bombeiros sesimbrenses no grande inêndio que, há um ano, atingiu a Mata de Sesimbra, o que realça a importância de termos em Sesimbra um dispositivo de combate a incêndios, “que tem de estar em alerta máximo e em condições técnicas e humanas para responder a qualquer necessidade”.
Outra das questões referidas foi o do interesse na implementação de Unidades Locais de Protecção Civil em cada freguesia, uma entidade que está prevista na lei, conduzida pelos presidente das Juntas, e que deve intervir numa perspectiva de prevenção primária: nas escolas, sensibilizando as populações, etc.
Referindo-se à dificuldade, cada vez maior, em haver bombeiros verdadeiramente voluntários, disse que a Câmara está a estudar um regulamento “que permita, nas taxas e tarifas municipais, a existência de alguma diferenciação positiva para aqueles que comprovadamente exerçam as funções de bombeiro voluntário”.
Abordou igualmente a necessidade de deslocalização do quartel de Bombeiros para a freguesia do Castelo. tendo a Autarquia já identificado alguns terrenos de propriedade municipal que poderiam ser cedidos para esse fim. No entanto, essa operação teria de passar pela alienação do actual quartel, para financiamento de novas instalações em condições, pois não se justificaria ter dois quartéis, com todos os custos logísticos que isso representaria.