Agrupamento de Escuteiros de Santana: 50º aniversário

O Agrupamento de Escuteiros CNE 350, de Santana, está a comemorar o seu 50º aniversário. A pedido do nosso jornal, Isabel Gago, uma das fundadoras, relembra os primeiros anos daquele agrupamento e a actual direcção faz um balanço das comemorações do aniversário.

Ainda antes de existir o Agrupamento de Santana, já Isabel Gago sentia o desejo de pertencer aos Escuteiros: “Eu sempre fiz parte da Festa da Luz, não entrava na Comissão, mas sempre ajudei. E na Festa da Luz vinha sempre um escuteiro, que vinha da Costa da Caparica. Eu teria uns 19 anos, chegava-me ao pé do rapaz e dizia assim: como é que eu posso ser Escuteira? E ele disse: Só falando com o chefe não sei quantos…”
No outro ano o rapaz veio e trouxe o chefe, e Isabel voltou a pedir, recebendo como resposta: “Você só pode ser escuteira sendo dirigente, porque neste momento não há escutismo para as raparigas”. Entretanto havia um outro senhor costumava vir passar férias, o Santos Dias, e que teve uma conversa com esse chefe dos Escuteiros e lhe disse que havia uma menina que perguntava sempre, na Festa da Luz, como é que podia ser escuteira.
Santos Dias foi então falar com a jovem Isabel e disse-lhe que iria ser organizado um Agrupamento, convidando-a para participar. Isabel depois sugeriu outras pessoas. Aquando da inauguração do Agrupamento já eram 30 elementos. Tratava-se de Escutismo católico, sendo pároco do Castelo, nessa altura, o padre Agostinho, que era o assistente do agrupamento.
“A nossa sede era em Santana, nas Mesquitas, por isso se chamava agrupamento de Santana e não da Corredoura. Era uma casinha pequenina, sem água, nem luz, mas dava para todos e ainda lá estivemos muito tempo, até que um dia o padre resolveu ceder-nos uma parte atrás do palco”.
Entre as actividades do Agrupamento contavam-se os acampamentos: “O primeiro acampamento, com os 30 elementos, foi no Rio do Olho, na Quinta de Calhariz. E depois fizemos vários acampamentos: fizemos na Ferraria, fizemos na Apostiça, na Senhora d’El Carmen.
Em 1973 fomos ao acampamento do Jubileu dos 50 anos do Escutismo em Portugal”.
“O Escutismo sempre foi um movimento caro, não era qualquer pessoa que podia estar no Agrupamento, porque era muito caro. Eu tinha uma madrinha de Escutismo que me ajudava. O fardamento era muito caro”.
Isabel, entretanto, começou a namorar e saíu, pois o namorado não gostava muito das coisas da Igreja. O Agrupamento teve também uma grande crise: “em 1979, parou”, só voltando a ser retomado por volta de 1990, ano da Renovação.
Isabel gago recorda também as relações com o Arupamento de Sesimbra: “Sesimbra já tinha agrupamento, dois anos ou coisa assim, antes de nós. Mas sabe que sempre houve uma grande rivalidade entre Pexitos e Camponeses, e o engraçado é que Sesimbra puxava mais para Setúbal do que aqui. Mas não tenho razão de queixa porque a Adelina e a Fernanda ainda me ajudaram e ensinaram, porque eu ao princípio não percebia nada do que era o escutismo. E fomos muito bem aceites aqui, deu uma vida diferente à Paróquia. Participávamos nas missas, os mais velhos liam os Evangelhos e os miúdos mais pequenos faziam o peditório: participávamos sempre”.

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“Pretendemos tornar este ano memorável”

No ano em que comemoram os 50 anos de existência, que balanço fazem do vosso trabalho?
O trabalho que temos feito neste ano de comemoração tem sido exaustivo mas compensador.
Não só por ser o nosso cinquentenário, como por temos tido a possibilidade de regressar às atividades escutistas normais sem restrições devido à pandemia.
Pretendemos tornar este ano, um ano memorável para todos os nossos escuteiros, famílias e para a comunidade.

A vossa base onde está sediada?
Podem encontrar-nos junto à Igreja da Corredoura, praticamente todos os sábados.

Para além da comemoração do cinquentenário da fundação, que tipo de iniciativas estão previstas para este ano?
Durante este ano estamos a organizar um Arraial que irá ocorrer no mês de Junho. Estamos também a angariar fundos de forma a conseguirmos ir para Kandersteg, na Suíça, no próximo mês de Agosto. Para esta angariação de fundos, para além deste Festival de Sopas, tivemos a oportunidade de organizar um Magusto para a comunidade no mês de Novembro.
O Agrupamento irá também participar no ACANAC, um acampamento a nível nacional com escuteiros do CNE de todo o país.

Como decorreu o vosso trabalho durante a pandemia?
Foi um trabalho bastante desafiador. Toda a adaptação da vida em campo que tínhamos para a realidade online que vivemos, obrigou-nos a trabalhar a nossa criatividade de forma diferente para conseguirmos cativar os nossos escuteiros a estarem presentes.

Presentemente o vosso grupo é composto por quantos elementos?
Atualmente, contamos com cerca de 100 escuteiros no ativo, entre crianças, jovens e adultos.

Para quem quiser associar-se ao vosso grupo de escuteiros o que terá que fazer?
Muito simples! Quem se quiser juntar a nós, pode visitar-nos na nossa Sede ou através das nossas Redes Sociais mostrando esse interesse!!

Como decorreu o Festival das Sopas?
Um sucesso! Foi o segundo evento que organizamos para a comunidade, e tal como aconteceu no anterior (o Magusto), a fasquia esteve muito alta!! Queríamos muito proporcionar diferentes animações e contribuir para um regresso, ainda que de forma prudente, à vida pré-pandemia, e só com a ajuda de todos foi possível.

Quantos elementos participaram?
Dada a dimensão do evento que organizamos e proporcionamos a toda a comunidade, é-nos dificil saber ao certo quantos elementos estiveram presentes mas acreditamos que tenham estado mais de 300 pessoas.

Quais foram as sopas confecionadas?
Felizmente conseguimos ter uma variedade bastante generosa de sopas para todos os gostos.
Desde o tradicional caldo verde, sopa da pedra, canja até as massas de peixe, creme de mexilhão e coentros, creme de curgete, sopa de beterraba, laksa ramen…

 

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Editor
Director do jornal O Sesimbrense