Comunidade ucraniana

Junto da Câmara Municipal e da comunidade ucraniana procurámos actualizar a informação sobre a integração dos refugiados da guerra iniciada em Janeiro último. Desde o inicio do conflito armado Câmara Municipal de Sesimbra já atendeu cerca de 63 famílias que se encontram alojadas nas 3 freguesias, ou em casas cedidas por munícipes ou em casas particulares que conseguiram alugar.
Actualmente, a chegada de novas famílias ao nosso concelho abrandou, provavelmente porque face à altura do ano em que nos encontramos não há alojamento disponível.
Entretanto, com a estabilização de algumas zonas na Ucrânia, algumas famílias já regressaram a casa e existem outras que estão a ponderar essa hipótese.
Durante o mês de Julho a Câmara Municipal integrou algumas das crianças em actividades de tempos livres, como as Férias Jovens, com o objectivo de se promover a integração dos mesmos na sociedade de acolhimento.
No primeiro fim de semana de Julho decorreu a IX Edição do Cem Diferenças, Sem Diferença um projecto intercultural que este ano foi dedicado à Ucrânia e que reuniu alguns cidadãos recém chegados com outros profissionais que já se encontravam em Portugal há varias anos e promoveu exposições e espetáculos musicais.
O alojamento é um dos principais problemas: “É muito difícil encontrar alojamento, por se tratar de uma zona turística”. Algumas famílias encontraram alojamento através da internet, e outras através da segurança social. Algumas das famílias vivem com famílias portuguesas. Mas também se registaram casos de recusas de alojamento por se tratar de cidadãos ucranianos.
O emprego é outro dos grandes problemas: “As ofertas disponíveis para Ucranianos são apenas nos sectores de limpezas de apartamentos ou hotéis, e na restauração (nas cozinhas ou serviço de mesas), e isto para mães com filhos é muito difícil, pois necessitamos de horários de trabalho adequados aos horários das crianças”.
A generalidade das oportunidades de emprego exigem 10 horas de trabalho diário e com salários a rondar os 800 a 900 euros mensais, com um dia de folga semanal: “são condições muito difíceis para mães com crianças”.
Os apoios sociais demoram algum tempo a ser concedidos – cerca de 3 meses – mas depois funcionam bem.
As crianças também se estão a integrar bem, seja nos infantários seja nos estabelecimentos de ensino: “Agradecemos a todos os que têm apoiado os nossos filhos, pelos seus grandes corações, pelos seu afecto. As nossas crianças estão muito felizes na escola e sentem-se em casa”.
J. A. A.

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Director do jornal O Sesimbrense