Tradições & Ruralidade

A aldeia de Alfarim acolheu, no passado dia 14 de agosto, o primeiro desfile etnográfico “Tradições & Ruralidade”. O desfile foi promovido e organizado pela junta de freguesia do Castelo em parceria com o movimento associativo e particulares, que se uniram na “apresentação das principais atividades, tradições, artes e ofícios da freguesia do Castelo e do concelho de Sesimbra”, contando também com o apoio da CMS, da JFS e da JFQC, entre outros, e contou com cerca de 283 participantes, representantes das freguesias e lugares do concelho de Sesimbra.
Atendendo à importância desta iniciativa, entrevistámos Maria Manuel Gomes, presidente da Junta de Freguesia do Castelo, que nos falou sobra a organização deste iniciativa, bem como sobre a sua continuidade no futuro

Como surgiu a ideia de criar o primeiro desfile etnográfico na freguesia do Castelo?

Desde o anterior mandato que sempre tivemos a ideia de realizar um desfile representativo dos ofícios e tradições da freguesia do Castelo. Entre definição de local e de data, o tempo foi passando e em janeiro de 2020 fizemos uma primeira reunião com o movimento associativo da freguesia a fim de apresentar o projeto e aferir intensões de participação. Com a pandemia este e outros eventos ficaram na gaveta e este ano entendemos estarem reunidas as condições para avançarmos. O movimento associativo aderiu de forma entusiasmada, envolvendo-se, dando ideias e conjuntamente criámos o Desfile Etnográfico Tradições e Ruralidade.
Este desfile quando foi primeiramente pensado para ser realizado em Sesimbra, num dia do Pescador, 31 de Maio, que calharia em 2020 a um domingo. Mas sendo um evento que se esperava com alguma dimensão e sem sabermos como decorreria e avançar logo para sede do concelho, a um domingo, cortes de transito, logística, etc, decidimos fazer primeiro na zona rural e Alfarim, sendo uma localidade turística, de grande vinculo rural, e pela sua geografia e condições de centralidade, e igualmente de apoio de infraestruturas para a realização do desfile, apresentou-se como o local mais adequado.
Entendemos igualmente que seria enriquecedor a participação de todas as freguesias e assim estendemos a ideia a Santiago e à Quinta do Conde, que igualmente se associaram a nós.

Quais foram os motivos que as (os) levou a organizarem um evento desta envergadura na freguesia do Castelo?

O projeto da Junta de Freguesia, apresentava as associações a representarem atividades rurais e ofícios mais característicos das suas localidades, a fim de posteriormente serem aceites ou não.
Outras houve que as propuseram. Entendemos igualmente que faria sentido haver apontamentos musicais que fossem animando o desfile, nomeadamente os Gaiteiros da escola de música da JF da Quinta do Conde e o Grupo Folclórico e Humanitário do Concelho de Sesimbra. Como achámos que faria sentido haver mais animação pois o número de desfilantes foi crescendo, pedimos aos Grupos Recreativos Escolas de Samba que desfilaram, que igualmente levassem algum batuque.
Toda esta logística de organização, que repito, foi para mim excecional devido ao envolvimento do movimento associativo e dos desfilantes, foi facilitada pelo apoio da CMS através dos serviços de educação, através da cedência do espaço das duas escolas de Alfarim – início e término do desfile – serviço de animação e de trânsito que permitiram que o desfile se organizasse atempadamente e começasse na hora prevista.

Que tipo de reações receberam, quando propuseram a criação desta festa popular?

Numa primeira reunião, tendo havido apenas um desfile etnográfico em Sesimbra, nos anos 90, penso que houve alguma hesitação sendo que estavam presentes associações que têm uma vertente mais desportiva mas com a estruturação e definição do desfile, com o aparecimento de trajes, definição de participações como de carroças, animais, charretes, etc, trabalhos a expor no desfile, a envolvência e o entusiasmo foram em crescendo até mesmo ao dia 14 de agosto!
O próprio programa de animação posterior ao evento e as tasquinhas de comes e bebes compuseram a festa.
Conforme a data se ia aproximando e a divulgação se iniciou, fomos recebendo reações bastante entusiasmadas quer da população quer de gente que se queria associar como desfilantes!

Que balanço fazem do primeiro desfile etnográfico e se está prevista a realização da segunda edição?

O balanço é muito positivo e na reunião de balanço que realizámos na semana seguinte ao evento, esta avaliação foi unanime.
Sabemos que muito há a corrigir, houve falhas, pontos a serem melhorados mas temos também a certeza de que para o ano será, com certeza, maior, teremos mais desfilantes singulares e associações e teremos de redefinir alguns pormenores. A data será no mesmo fim de semana.

Preveem a inclusão de novos figurantes representativos de outras profissões? Se sim, quais?

Bem… Ideias não faltam quer de ofícios, quer de tradições quer de quadros cénicos! As ideias estão a ir em crescendo!!! Faltaram os lagares, a vindima, a apanha de algas, o fotógrafo à la minute, o leiteiro, o tanoeiro… tantos…o carteiro, os taberneiros, os jogos tradicionais, enfim. O desfile de 2023 vai ser…
Mais uma vez quero agradecer ao movimento associativo do concelho o seu envolvimento e capacidade de em tão pouco tempo terem conseguido levar a efeito tão grande evento! BEM HAJAM!!!

João Silva

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Director do jornal O Sesimbrense